Era uma vez uma calculadora que vivia no país das contas. Ela era cinzenta, grande e com mais de cinquenta botões. Ela era grande de tamanho mas tinha apenas seis anos, por isso ela ia à escola como todas as outras calculadoras. Ela era a mais esperta delas todas. Quando a professora fazia uma pergunta, ela respondia logo. Ela achava que era boa demais para aquilo, por isso fez a mala e foi-se embora.
Decidiu ir para a floresta. Andou um bocado e viu um lápis. Ele propôs-lhe um desafio. Quem chegasse à cidade primeiro ganhava cinco euros. A calculadora aceitou e o lápis começou a correr. A calculadora esperou um bocado para calcular o caminho mais rápido. Quando o descobriu andou até lá e demorou menos de trinta segundos. Quando chegou à cidade não viu o lápis, por isso decidiu continuar. Estava com fome e entrou num restaurante. Quando se ia a sentar apareceu uma borracha que lhe disse que só se podia sentar se bebesse uma garrafa inteira de coca-cola em menos de um minuto. A calculadora começou a beber e em menos de trinta segundos conseguiu acabar. Ela tinha calculado a velocidade com que tinha de beber e as vezes que tinha de respirar para conseguir beber aquilo. Comeu uma boa feijoada e decidiu continuar.
Chegou a uma montanha. Ela era bastante alta e difícil de subir. Subiu um bocado até que lhe apareceu uma calculadora bastante pequena. Ela tinha apenas quinze botões e um ecrã pequeno. Ela disse que só podia continuar se fizesse uma conta. A calculadora grande riu-se e aceitou. A outra calculadora começou a dizer números difíceis. Passaram duas horas e ainda a calculadora estava a ditar e a outra a calcular. A calculadora grande ficou tão confusa, que se desligou. Quando se voltou a ligar correu para o país das contas e ficou lá até morrer. Tinha aprendido que não era melhor e que nem estava perto de o ser.
Sebastião Lopes